sexta-feira, 4 de junho de 2010

E lá estava ela, com seu velho vestido azul anil esperando mais um dia passar, olhando a folhagem de outono, o céu estava cinzento, dia meio chuvoso, mas mesmo assim ela tinha um velho sorriso no peito e uma esperança estampada no rosto. Ao vento, seu longo cabelo castanho bailava como em uma valsa, sem sintonia com seu coração que estava parado com o tempo e as fotográficas guardadas em uma gaveta no fundo do armário, nem sabia mais porque caminhava todas as manhãs para comprar o primeiro doce na padaria, se a sua vida já não podia ficar menos amarga. Assim ela vivia sem saber mais pra que correr pra ver o tempo passar se ele mesmo voava sem ligar para ela. Mudou de doce para café, e todo dia saia para tomar seu café matutino, deixou de lado esse doce que de nada servia. O vento mudou de rumo, e ao seu lado caminhava bailando lindos cabelos pretos, que com o vento um aroma doce surgiu, o mesmo aroma do seu antigo doce que hoje adocicava a vida de um belo rapaz. Com seu olhar azul anil, e seus lábios rosados ele lhe dirigiu um simples: olá. Ela como quem não esperava mais sentir as velhas borboletas no estomago, retribuiu com um sorriso. Naquele instante não tinha mais espaço no seu peito para o amargo das fotografias e recordou-se do sabor doce do suspiro da manhã. Em meio a tanta felicidade o vento uniu o doce ao azul, e coloriu o preto e branco das horas corridas, deixando o momento eterno em um lindo beijo do mais belo casal que se formava em mais um outono.

Rafaela Matos.

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pingos de amor