"O amor é uma companhia. Já não sei andar só pelos caminhos, porque já não posso andar só. Um pensamento visível faz-me andar mais depressa e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo. Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo. E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar. Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas. Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela. Todo eu sou qualquer força que me abandona. Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio."
Alberto Caeiro
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pingos de amor